Seja bem vindos

Os Boleiros

O que você procura:

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pessimismo dá o tom em análise de especialistas sobre os preparativos


A quase mil dias do início da Copa do Mundo de 2014, especialistas que acompanham de perto os preparativos para o torneio estão pessimistas em relação ao evento Brasil. A análise geral é de que o Mundial será realizado, mas houve falta de planejamento e o chamado legado - ou seja, as estruturas que ficarão após o Mundial e beneficiarão a população - será menor do que poderia. Além disso, alguns acreditam que as cidades-sede não estarão em condições completas para receber os jogos.
É a avaliação que faz, por exemplo, o presidente do Conselho Federal de Arquitetura, Engenharia e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo. Para ele, existia uma herança no Brasil de falta de planejamento, que afetou a organização do Mundial e vai refletir na hora do evento, em 2014.
- Nem todas as nossas doze cidades-sede terão as condições para a Copa das Confederações. Teremos a realização com sucesso da Copa em 2014, mas não estarão conclusos todos os empreendimentos previstos. Obras de mobilidade não ficarão prontas, aeroportos não ficarão prontos. Eu não apostaria que todas as cidades-sede terão plenas condições, mas nós vamos realizar, e já há uma margem de articulação para evitar que problemas eventuais em alguma delas não inviabilizem a realização do evento.
Coordenador para assuntos da Copa 2014 do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Roberto Bernasconi faz análise semelhante. Segundo ele, a urgência em realizar alguns dos preparativos vai reduzir os benefícios da Copa do Mundo para os moradores das cidades-sede.
- O legado vai ser menor do que poderia ser, porque não planejamos antecipadamente, não fizemos projetos, não fizemos o dever de casa no tempo certo e estamos saindo na correria. Estamos a 21 meses da Copa das Confederações e a 36 da Copa do Mundo, e o legado é pequeno. Temos os estádios e algumas melhorias, mas não vai se resolver todos os problemas que poderia.
Obras no terreno de Itaquera (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)
 AEROPORTOS
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com)

Os dois especialistas avaliam com a mesma preocupação a situação dos aeroportos, que seriam o principal gargalo para a realização do Mundial. Ao todo, a Infraero planeja investir R$ 5,1 bilhões no setor mas, segundo o Ministério do Esporte, as obras ainda não haviam começado em 7 dos 13 aeroportos para a Copa até o início de setembro. A situação mais crítica, segundo Melo, estaria em Manaus e Belo Horizonte, mas o quadro nacional inteiro gera insegurança.
- Talvez pudéssemos separar Recife, que tem aeroporto em muito boas condições, mas em todo o restante é muito preocupante o estado atual. Porque já temos uma situação estrangulada, apesar do anúncio de investimentos, e há ainda processos em contratação, há alguns em fase de projeto e anunciados como já em obras. Aeroportos não são obras que sejam possíveis de serem executadas como estão sendo anunciadas aí, os prazos estão muito apertados, vários estão sendo anunciados com a conclusão no final de 2013 e não serão concluídos - diz Melo.
Para Bernasconi, a crise no modelo aéreo é geral e anunciada, e a avaliação é simples.

Nenhum comentário:

Postar um comentário